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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Implante do olho biônico


        Pesquisadores australianos apresentaram o protótipo de um olho biônico que está pronto para ser implantado no primeiro paciente humano.
A prótese ocular foi projetada para dar maior qualidade de vida à pacientes com perda visual decorrente da retinite pigmentosa e da degeneração macular.

Olho biônico

O olho biônico, que até agora se encontrava em testes, consiste de uma câmera super miniaturizada e de um microchip implantado na retina do paciente.
A câmera, montada na estrutura de um par de óculos, capta a entrada visual, transformando-a em sinais elétricos que são enviados para o microchip.
O microchip, por sua vez, estimula diretamente os neurônios da retina que continuam saudáveis, apesar da enfermidade.
O implante permite que os pacientes ganhem um visão em baixa qualidade, devido ao pequeno número de células sadias da retina, e limitada pela quantidade de eletrodos da retina artificial.

Implante de retina

“Nós vislumbramos que este implante de retina dará aos pacientes uma maior mobilidade e independência, e que as futuras versões do implante acabarão por permitir que os usuários reconheçam rostos e leiam letras grandes,” diz o professor Anthony Burkitt, membro da equipe responsável pela fabricação do olho biônico.
O objetivo dos pesquisadores é de passar de algumas manchas de claridade pouco definidas para uma visão biônica verdadeira dentro de cinco anos.
Até lá, eles planejam contar com uma retina artificial implantada na parte posterior do olho, recebendo os sinais captados pelas câmeras por meio de conexões sem fios.
O olho biônico está sendo fabricado por uma empresa emergente criada pelos próprios pesquisadores, a Bionic Vision Australia, reunindo médicos, oftalmologistas, neurocientistas, engenheiros biomédicos e engenheiros eletricistas.

Retinas artificiais aproximam-se do uso prático
 
Pessoas cegas ou com sérios problemas visuais, sofrendo de condições degenerativas da retina, sentiam-se muito felizes se fossem capazes de reconquistar a mobilidade, andar sem auxilio, serem capazes de levar uma vida independente, reconhecer faces e ler novamente.
Esses desejos estão documentados em uma pesquisa feita na Europa há cerca de 10 anos. O objetivo da pesquisa era descobrir o que os pacientes esperavam do desenvolvimento das próteses eletrônicas de retina.
Hoje esses desejos parecem estar se tornando realidade, de acordo com uma série de apresentações feitas no simpósio internacional Visão Artificial

Alta tecnologia para as pessoas

Os cientistas estão trabalhando no desenvolvimento de próteses para a retina há mais de 20 anos. As pesquisas têm sido conduzidas de forma particularmente intensivas na Alemanha, onde pacientes e cientistas têm trabalhado em conjunto para conseguir financiamentos governamentais para as pesquisas.
“Não queríamos alta tecnologia apenas para os programas espaciais e militares; finalmente estamos tendo alta tecnologia também para as pessoas,” disse o professor Rolf Eckmiller, um especialista em neuroinformática.
Os investimentos e os esforços agora estão dando resultado: três dos quatro grupos que apresentaram progressos durante o evento são da Alemanha, que lidera claramente as pesquisas na área.

Reta final

 
Como as apresentações demonstraram todas as próteses de retina já permitem impressões visuais, os assim chamados fosfenos. Pacientes que participaram de um estudo nos Estados Unidos foram capazes de distinguir claro e escuro, registrar o movimento e a presença de objetos grandes.
Além disso, relatos anteriores de um projeto que está sendo conduzido por um grupo de pesquisa liderada pelo professor Eberhart Zrenner, indicam que o restabelecimento das habilidades visuais dos pacientes deficientes para a leitura não é apenas um sonho. Alguns pacientes já são capazes de ler letras se estas possuírem oito centímetros de altura.
Estes testes tem como objetivo avaliar a longo prazo a tolerância do organismo humano aos implantes de retina e seus benefícios na vida cotidiana. Os pesquisadores esperam que os implantes sejam aprovados para uso médico no final deste ano.

Voltar a enxergar

Naturalmente, há um grande interesse dos pacientes nos novos produtos. Em comparação com estudos realizados há dez anos, os pacientes têm uma ideia muito mais clara do que esperar das próteses de retina.
Para a coordenadora Helma Gusseck, os resultados são um alívio: “Você pode, por assim dizer, não se preocupar por estar cega, sabendo que em breve o sistema de transplantes estará pronto, e nós teremos uma opção.

Implantes oculares do futuro

Juntamente com todos estes sistemas, que definem entre si de diversas formas, a próxima geração de próteses de retina já está sendo preparada em diversos laboratórios ao redor do mundo.
Engenheiros, especialistas em ciência da computação, biólogos e médicos estão reunindo seus conhecimentos para desenvolver novas estratégias para a ligação de dispositivos eletrônicos ao sistema nervoso.
Equipes de pesquisa da Suíça e do Japão, por exemplo, estão desenvolvendo métodos onde chip não é mais implantado, permanecendo na derme que protege o olho. Apenas os eletrodos que estimulam as células nervosas da retina são inseridos no interior do olho, por meio de pequenas incisões.
Pesquisadores chineses estão desenvolvendo implantes que estimulam diretamente os nervos ópticos, em vez das células da retina.
E uma equipe norte americana está tentando estimular o córtex visual diretamente no cérebro. No momento não se sabe quando esses sistemas estarão prontos para testes em pacientes, e mesmo se isso irá ocorrer. Até momento, todos continuam em fase experimental.

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