Trilha sonora

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Reprogramação Celular


   A combinação de técnicas de biologia molecular com reações imunocitoquímicas tem permitido a reprogramação de núcleos de células adultas, e experimentos feitos com esse objetivo empregando extratos citoplasmáticos de óvulos ou de células-tronco embrionárias apresentaram resultados bastante positivos. Por mecanismos ainda não totalmente elucidados, na reprogramação celular uma célula jê especializada se torna novamente indiferenciada, abrindo caminho para a obtenção, no futuro, de tecidos com aplicações terapêuticas.
A reprogramação de células nervosas para um estado pluripotente é um mecanismo complexo, mas, se dominado, poderá criar meios de reparar traumas no sistema nervoso central e desordens neurológicas degenerativas.
Quando os cientistas norte-americanos Robert Briggs e Thomas King realizaram o clássico experimento de transferência nuclear em 1951, eles não imaginavam que iriam revolucionar a manipulação de estruturas celulares e abrir caminho para a clonagem animal. Tal experimento consistiu no transplante de núcleos de células de embriões jovens de rãs no estágio de Blástula para dentro de ovos recém- fecundados e enucleados de rãs, levantando a possibilidade de manipulações funcionais e de análises de alterações no genoma. Antes disso, manipulações de núcleos só haviam sido realizadas com sucesso em amebas, seres rudimentares constituídos de uma só célula.
Os experimentos iniciais de transplante de núcleos foram de grande importância para clonagem e revelaram uma característica intrínseca do citoplasma das células embrionárias: sua capacidade re reprogramar o genoma de células adultas do organismo, tornando pluripotente uma célula diferenciada, ou seja, fazendo com que uma célula já especializada em determinada função seja capaz de gerar diferentes tipos celulares, com funções variadas. Uma clara evolução dessa ideia veio com as primeiras demonstrações de clonagem animal em anfíbios, mamíferos e outros vertebrados, indicando que a diferenciação celular é reversível.
A reprogramação nuclear é normalmente confundida com rediferenciação ou transdiferenciação, fenômenos em que células neurais, sanguíneas e de outros tecidos são capazes de se desenvolver em tecidos hospedeiros de natureza diferente, adquirindo características próprias destes últimos. Também tem sido demonstrado que estímulos hormonais ou culturas simultâneas de células diferentes podem promover a diferenciação de células musculares jovens em células de gordura, de células pancreáticas em células do fígado, de células da pele em células musculares jovens e de células de vasos sanguíneos em células musculares cardíacas.

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