Trilha sonora

domingo, 7 de agosto de 2011

MARIE CURIE



Marie Sklodowska Curie foi uma das poucas e destacáveis mulheres cientistas. Nasceu em 1867, em Varsóvia, numa família pobre. Estudou Física e Matemática em Paris, como muitas dificuldades. Casou-se em 1895 com Pierre Curie, um pesquisador experiente em física experimental e teórica.

Quando Marie dedicou-se a tornar-se doutora em Física, escolheu a radiação emitida pelos compostos de urânio, que Henri Becquerel havia descoberto dois anos antes. Essa descoberta não era de muita importância na época, portanto ela mesma deve ter iniciado esse estudo sem grandes expectativas.

Becquerel notou que algumas substâncias contendo urânio emitiam certos raios invisíveis parecidos com os raios X. Ele escreveu alguns curtos artigos sobre o assunto e depois abandonou essa linha de pesquisa.

Marie iniciou seus estudos analisando a condutividade elétrica de tais raios, notando que quando se aproxima um composto de urânio de um corpo eletrizado, ele se descarrega. Uma das ajuda que teve foi um instrumento que Pierre inventou para medidas elétricas.

Posteriormente Marie testou vários compostos minerais contendo urânio notando que a radiação dependia da quantidade de átomo de urânio no material. Posteriormente testou materiais semelhantes ao urânio, mas nenhum apresentou características semelhantes, tornando o ar um condutor. Depois de várias tentativas, notou que os compostos de tório também produziam efeitos iguais aos do urânio.

Examinando diversos minerais naturais, Marie Curie notou que, como era de se esperar, todos os que continham urânio e tório emitiam as radiações ionizantes. Porém, para sua surpresa, observou que alguns minerais produziam radiações mais intensas do que o urânio ou o tório puros. Isso contrastava com os resultados anteriores que indicavam que a intensidade de radiação era proporcional à quantidade de tório ou de urânio dos compostos. Marie, após algumas análises, supôs que esses minerais deviam conter algum outro elemento desconhecido, mais ativo do que o urânio.

Nesse momento seu marido Pierre decidiu juntar-se a sua esposa em suas pesquisas. Eles eram guiados pela hipótese que a emissão das radiações que estava estudando era uma propriedade atômica, peculiar a certos elementos químicos.

Começaram a estudar materiais mais radioativos do que o urânio metálico, como a pechblenda. Maria Curie se dedicou à separação dos elementos da pechblenda, utilizando os procedimentos químicos conhecidos e testando a radioatividade de cada substância isolada do mineral. Depois de muitos processos de separação, obteve um material que se comportava como o bismuto, sob o ponto de vista químico, mas que era fortemente radioativo, enquanto o bismuto comum não emitia radiações. Seria preciso aceitar que havia um novo elemento, desconhecido, misturado com o bismuto, ou então que uma mesma substância podia ser radioativa ou inativa, em situações diferentes. Guiados pela hipótese de que a radioatividade é uma propriedade atômica de certos elementos, os Curie estavam convencidos de que havia algo novo misturado ao bismuto.

Depois de muitas purificações, obtiveram um material parecido com o bismuto, mas 400 vezes mais ativo que o urânio. Em homenagem a terra natal de Marie, a Polônia, eles o chamaram de Polônio.

Continuando a investigas a pechblenda, encontraram outra substância muito difícil de ser isolada, com propriedades químicas iguais as do Bário. Através de processos de dissolução e precipitação, obtiveram um material 900 vezes mais ativo do que o urânio puro, sem, no entanto, conseguir uma separação total do bário. Eles supuseram que havia um novo elemento desconhecido misturado ao bário, e deram-lhe o nome de “rádio”.

O casal supôs um teste para demonstrar a existência de tais elementos, analisar o espectro dos materiais. Cada elemento químico, quando vaporizado e percorrido por uma descarga elétrica, emite uma luz cujo espectro luminoso é constituído por certas linhas luminosas coloridas. A expectativa dos Curie era de que o espectro do bismuto radioativo (que supostamente continha polônio) e o do bário radioativo (que supostamente continha rádio) mostrassem linhas espectrais novas, diferentes das dos elementos conhecidos, o que seria uma importante confirmação de suas hipóteses.

O bismuto radioativo foi um fracasso, porém com no caso do bário as expectativas foram confirmadas. Daí em diante, o esforço foi em isolar os novos elementos, procurando sua forma pura, determinando assim suas propriedades. A única dificuldade é que tinham que trabalhar com grandes medidas, trocando tubos experimentais por baldes, purificando gradualmente os materiais radioativos da pechblenda. No caso do polônio, infelizmente, ele conseguiu resistir a todas as tentativas que fizeram, e não foi isolado por eles. Obtiveram, no entanto, cerca de um décimo de grama de cloreto de rádio quase puro, e conseguiram determinar o peso atômico desse elemento: aproximadamente 225.

Em 1903, enfim, Maria Curie defendeu a sua tese de doutoramento em física na Sorbonne, e foi aprovada com distinção e louvor. Em dezembro do mesmo ano, o casal Curie recebeu o reconhecimento internacional pelo seu trabalho, ganhando o prêmio Nobel de física, "em reconhecimento pelos extraordinários serviços obtidos em suas investigações conjuntas sobre os fenómenos da radiação, descoberta por Henri Becquerel", (na verdade, meio prêmio Nobel, pois a outra metade foi concedida a Becquerel, pela descoberta da radioatividade).

Oito anos depois recebeu o prémio Nobel da Química em 1911, “em reconhecimento pelos seus serviços para o avanço da química, pela descoberta dos elementos rádio e polónio, o isolamento do rádio e o estudo da natureza dos compostos deste elemento”. Não patenteou o processo de isolamento do rádio, permitindo a investigação das propriedades deste elemento por toda a comunidade científica.
Casal Curie

Madame Curie

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